Com 73 anos de ordenação sacerdotal e envolvido em muitas das causas das camadas mais vulneráveis da sociedade, morreu nesta quarta-feira (13) o padre Efraim Solano Rocha, aos 98 anos. Em função de sua importância na história da cidade, o prefeito de Ipatinga, Nardyello Rocha, decretou luto oficial de três dias no município. Além disso, foi determinado pelo Executivo que o pároco recebesse honras atribuídas as autoridades, com sepultamento em área especial reservada, no cemitério Parque Senhora da Paz.
Embora tenha nascido na cidade de Diego Vasconcellos (MG), na Região da Estrada Real, padre Efraim adotou Ipatinga como sua segunda terra natal, liderando no município vários projetos e ações em nome da igreja Católica ao longo de 38 anos. Estava em Nova Era, em 1982, quando foi designado para a Paróquia do bairro Cariru, onde atuou por 25 anos. Bastante debilitado, nos últimos sete dias ele se encontrava internado com quadro de pneumonia. O óbito aconteceu às cinco horas da manhã desta quarta.
Além da grande obra associada ao seu ministério sacerdotal, padre Efraim também foi servidor público municipal, tendo ocupado o cargo de vice-diretor da Escola Artur Bernardes, no bairro Canaã. Durante anos, além de levar a palavra de Deus à sociedade por meio das missas, se comunicou também com os fiéis através das ondas do rádio em uma emissora local e também escreveu para o extinto Diário da Manhã a coluna “Ah, meus pobres!”.
O chefe do poder Executivo lamentou a perda para a cidade. “Padre Efraim deixa uma marca indelével na história da cidade, um legado para a posteridade que dignifica a missão evangelizadora. Eu me lembro que, antes de um programa radiofônico do qual participava, vinha o momento do ângelus com o padre. Então nos encontrávamos muito. Lamento profundamente a perda desse grande homem”, disse Nardyello.
Antes de aportar em Ipatinga, padre Efraim Solano Rocha trabalhou em vários outros municípios: Barão de Cocais, Barbacena, Urucânia, Viçosa e Nova Era. Adepto da escrita e membro da Academia de Letras de Mariana e Ipatinga, também foi professor no Seminário Menor de Mariana e no Colégio Arquidiocesano de Ouro Preto. Foi capelão do Hospital Márcio Cunha, atuou na extinta Guarda Mirim e ministrava palestra para internos da Fazenda Água Viva, no bairro Forquilha, local de recuperação de dependentes químicos.
No mês de abril, o padre seria homenageado pelo “Projeto Reconhecer” da Prefeitura de Ipatinga, na Estação Memória Zeza Souto. No entanto, a cerimônia foi adiada em função da pandemia do Coronavírus. O projeto tem como objetivo valorizar e reverenciar os pioneiros do município.
O velório do sacerdote foi definido para o Santuário Senhor do Bonfim, no bairro Cidade Nobre, com sepultamento confirmado para as 17 horas, no cemitério Senhora da Paz.