A sociedade tem passado por inúmeras
transformações e a tecnologia proporcionado
avanços infindáveis. Em contrapartida,
o homem continua sendo o único ser vivo que tem
percepção da sua finitude. Tal percepção
faz com que as pessoas sofram e questionem a sua existência.
A morte tem fundamentado religiões e culturas,
sendo que cada povo a observa de uma maneira. Porém
seria interessante que as instituições
pudessem ensinar um pouco sobre a questão,
como é o caso da tanatologia (thanatos: morte;
logos: tratado). É percebível também
que ultimamente a mídia tem abordado por meio
de reportagens, filmes, novelas, casos nos quais a
Eutanásia torna-se tema de debates.
Palavra que soa estranhamente para muitas pessoas,
a Eutanásia trata-se de uma interrupção
do processo natural da morte por meio de emprego ou
obstenção de procedimentos que permitem
apressar ou provocar o óbito de doente incurável
com objetivos de livrá-lo dos extremos sofrimentos
que o acometem. Ela pode ocorrer de duas maneiras:
como resposta do pedido do indivíduo, como
um suicídio assistido ou involuntária,
contra a vontade explícita do sujeito, que
poderá ser comparável a um homicídio.
Por manifestar opiniões contrárias,
a Eutanásia passou a ser mais conhecida a partir
do filme Mar adentro (2004) que contava a história
de Ramon Sam Pedro, Tetraplégico por 29 anos,
que com a ajuda de amigos
sorveu cianureto contido em um copo que estava ao
seu alcance, morrendo logo em seguida.
A partir desse patamar a Bioética apresenta
também mais três modelos acerca da longevidade:
a Distanásia, a Ortotanásia e a Mistanásia.
A primeira consiste em prolongar o sofrimento do paciente
por meio de adoção de medidas desproporcionais.
A ortotanásia é a morte no tempo
certo, sem aplicação de procedimentos
que apressem ou prolonguem demais a vida dos pacientes.
Já Mistanásia é um termo no qual,
os indivíduos que não tem condições
dignas de sobrevivência acabam tendo a vida
abreviada, por inúmeros fatores.
Voltaire afirma que só por experiência
que o humano sabe que há de morrer. Ou
seja: as religiões por meios de ritos, rituais
e orações vem preparando as pessoas
a se prepararem para a chegada do momento único
de suas vidas no qual se encontrarão diante
da morte. Situações de morte acabam
ajudando o homem a pensar mais na vida e do que tem
feito dela.
Diante de tudo isso, a exemplo do que falou São
Paulo:Quer vivamos, quer morramos, pertencemos
ao Senhor, é preciso e urgente não
perdermos a esperança. Criar subterfúgios
que apressem a morte dos indivíduos é
brincar com vidas. Que as religiões e outras
instituições reúnam-se juntamente
com a sociedade para reflexão constante acerca
do direito maior que é viver.
Pe. Luís Carlos de Cerqueira
Pároco